segunda-feira, 11 de abril de 2011

Quinto dia: Estacas

A porta da garagem se abrindo - o farol do carro lança contra as grades do portão aquilo que estava oculto: a prisão da solidão. E no chão são refletidas as sombras de cada estaca da porta que protege - são lacunas que interrompem o continuum da luz. Cena de horror.

O carro sai, só pelo controle da embreagem, sem necessidade de acelerador. São quantas marchas mesmo? São os passos necessários para marchar por cima do cotidiano. Olhos profundos no rosto sem sorriso. Nem adianta farolar, o olhar não muda. Não, não se trata de surdez visual, mas de inversão do externo - o fora está dento e o que dentro reside está no mundo.

Mundano, Mudano, Mudando.

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