quinta-feira, 7 de abril de 2011

Segundo dia: Samambaia

Entre ela e a samambaia uma diferença: a fotossíntese. Frondosa, a samambaia enfeita a entrada, tal como ela enfeita a si mesma. Tagarela, ela bate papo e ri consigo, tal como a samambaia nutre a si.

Ela chega, empolgada, sorridente, segurando no único fio de sanidade que possui: o humor. Mas não é um humor qualquer, é o humor autocrítico. É o humor de defesa do se, não um humor anti-ataque ou um humor de ofensa. Um humor de amor. Um amor de compaixão por ela.

A samambaia é retirada do seu cantinho onde pega sol durante o dia e colocada no seu pedestal à noite. Ela sabe do carinho que recebe, e retribui com seus cachos verdes que enfeitam o pedestal. Sim, porque sua importância não reside no altar, esse só tem valor por conta da presença da samambaia.

Entre a samambaia e ela uma igualdade: o momento. É o estar para si. O brilho de quem não poderia estar em outro lugar. Cada minuto não é contado. A hora não passa. Logo, logo muda. Muda tudo, a muda da samambaia e ela se cala.

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